segunda-feira, 6 de outubro de 2008

As Grávidas

Quarta passada conheci umas das grávidas mais bonitas que já vi até hoje.
Foi em Saima. Foi almoçar connosco e tivemos todos na conversa. Mulher simpática. Mulher que me tratava por TU. Finalmente alguém que me tratava por “Tu”. Sinceramente já estava farto de me tratarem por “você”. Você para aqui, você para ali. Algumas pessoas que estavam na vinha até me tratavam por Sr. Engenheiro. Ficava
“chateado” com elas. Não gosto dessa palavra! Não gosto que me tratem por você. Sou jovem e gosto de ser tratado com simplicidade. Um simples “Tu” basta.
Mas pronto. Voltando ao ínicio da conversa... A mulher grávida. Cristina de nome, mulher de um diplomata. Gente importante, mas simples. Bonita e perfeita de corpo. Uma barriga lindíssima e uns seios cheios lindos a saírem para fora. (desculpem mas tinha mesmo que dizer. Era impossível não se ver, para além de que sempre me ensinararm ser sempre sincero :P). Estava com aqueles ataques de grávida e lembrei-me..porque não fazer um textozinho sobre grávidas e gravidezes psicológicas?? Elas também merecem não?
Pois bem! Em 1554, já a rainha tinha 38 anos, Maria I de Inglaterra convenceu-se que estava grávida. Tinha uma barriga inchadíssima, um peito enorme e até lactação tinha.
A festa foi tal, que houve missas em Londres para dar graças a Deus pela notícia. Mas os sintomas não passaram disso e algum tempo depois todos tiveram que reconhecer o óbvio: A Rainha não estava grávida :(
Até morrer, 4anos depois, aos 42anos, Maria I ainda teve uma segunda falsa gravidez – ou gravidez histérica (uma expressão que sempre preferi apesar de ter sido, com toda a certeza, criado por um bruto insesível.)
Há quem acredite que Maria I ficou conhecida como Bloody Mary, 500 anos antes da bebida, por causa da sua reacção violenta ao perceber – duas vezes- que não estava afinal grávida (parece-me mais plausível a origem do nome estar ligado às suas ordens de assassinar centenas de dissidentes religiosos que não queriam uma Inglaterra católica.)
Com base em dois sintomas concretos que ficaram registados – a rainha ficou cega de um olho e teve subidas de leite- , hoje os médicos dizem que há duas explicações possíveis para a gravidez histérica de Maria I: tinha um tumor no útero ou então tinha um tumor na hipófise, a glândula que produz a prolactina (acho que é isto. Se não for passa a ser), que por sua vez desencadeia a produção de leite. E daí a lactação.
Quando falamos de gravidezes histéricas não falamos de doidas que metem almofadas debaixo dos vestidos durante uns meses porque querem casar ou porque vão roubar um bébé a alguém.
Há mulheres que acreditam tão profundamente que estão grávidas que desenvolvem dois sintomas da rainha quinhentista mais todos os outros conhecidos: a menstruação desaparece e os enjoos matinais aparecem. O peito aumenta e o peso também e a barriga nem se fala. Algumas até sentem o movimento do “feto”.
Umas sentem tudo isto porque têm um desejo enorme de engravidar, outras, pelo contrário, porque têm um pânico profundo que isso lhes aconteça. Pelo que li no Wikipedia e porque isto é o bê-à-bá, - é o conflito emocional interno que afecta todo o sistema hormonal e o eixo hipotálamo-hipófise-supranal, causando sintomas iguais aos que as mulheres mesmo grávidas têm. Os sintomas são de tal modo realistas que médicos e enfermeiros experientes chegam a dar falsas confirmações, por sua vez duplamente confirmadas a seguir pelas análises de laboratório cujos resultados são...bom...histéricos.
Casos destes são muito comuns nos animais. Gravidezes histéricas não faltam entre os cães, gatos e até nos ratos. Uma cadela, por exemplo, se não fica grávida durante o cio, a seguir tem uma gravidez histérica. O estômago dilata, as tetas aumentam, tem lactação como a rainha de Inglaterra e durante dias prepara com ternura o canto onde vai aninhar os filhos.
E há ainda, neste imenso “dossier”, um terceiro tipo de histeria. As grávidas que estão mesmo mesmo grávidas e que ao fim de 8 ou 9 meses, ficam histéricas.
Dessas? O melhor mesmo é distância total...


The Weakest Part - Yo La Tengo

1 comentário:

Elisabete Ferreira disse...

vês?
eu leio-te,
acho-te piada,
trato-te por tu, sr.eng., e não estou grávida mas tenho um bébé ao colo, de nome napoleão e que não me deixa escrever devidamente e que faz miau de cada vez que necessito da outra mão para escrever, vai daí, acabaram-se os pruridos com o portugu~es,ok'